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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sob chuva torrencial, Moletta e americana vencem XTerra Amazônia

Por Alexandre Koda | 24/06/2012 - Atualizada às 17:27

 A prova reuniu 300 atletas e valeu vaga para a final, no Havaí
Foto: Alexandre Koda/ www.webrun.com.br

No ultimo sábado (23/06) cerca de 300 triatletas se transformaram em guerreiros de selva durante a disputa do XTerra Manaus, realizado dentro da Base de Instruções do número quatro do Exército. Sob forte chuva durante toda a prova, Felipe Moletta faturou entre os homens, enquanto a americana Shonny Vanlandingham foi a melhor no feminino.

Direto de Manaus (AM) - O dia começou cedo para os competidores do XTerra Manaus, com grande parte dos atletas saindo da cidade ás 4h para seguir em direção à base do Exército que seria palco da prova. Outros acordaram já na selva, depois de participarem de um mini curso de sobrevivência na noite anterior e terem dormido em redes.

O sol forte e calor da sexta-feira (22/06) foram substituídos por um clima nublado momentos antes da largada dos 1,5 quilômetro de natação, 30 de mountain bike e oito de corrida. Antes da partida, o grupo de atletas entoou o hino do guerreiro de selva junto com os militares e se dirigiram para um braço do Rio Negro onde aconteceria o trecho de água.

Um tiro de explosivo deu início oficialmente à competição e serviu também para Tupã (entidade Divina que representa o Trovão) liberar as águas celestiais do fim do inverno amazonense. O primeiro a sair da natação foi o nadador Luiz Lima, que competiu a prova em forma de revezamento com mais dois colegas, mas na disputa principal foi Moletta quem liderou o primeiro trecho, deixando Rodrigo Altafini um pouco para trás.




A chuva continuava a cair forte no ciclismo, iniciado numa longa estrada de terra e que passou por trechos de mata fechada, estreitos, com buracos e muita lama. Moletta vinha na frente, mas sofreu uma queda e viu seu oponente ultrapassá-lo rapidamente. Na saída do último trecho de trilha o paranaense tentava a todo custo alcançar Altafini, mas na transição para a corrida as posições se mantiveram inalteradas.



Nos oito quilômetros a pé o começo já foi dentro da mata fechada e após poucos quilômetros todos eram obrigados a ultrapassar um riacho com água até a cintura. A chuva passou de moderada a forte, o que pareceu empolgar Moleta a tentar a segunda vitória consecutiva no Circuito, já que já havia vencido a etapa de Ilhabela.

Nos quilômetros finais, de volta ao estradão de terra, ele finalmente fez a ultrapassagem para cruzar a linha de chegada em primeiro e fazer a tradicional comemoração com seu pai, fiel escudeiro que o acompanha em todas as provas. “Saí da água um pouco na frente dele, num trecho da bike ele me ultrapassou muito forte no começo, viemos revezando a ponta, mas no quilômetro 25 caí e me machuquei”, lembra Felipe que marcou 2h27min34. “Até achei que não fosse continuar, mas me recuperei. Caí de novo, levantei e fui para a corrida dois minutos atrás. Fiz muita força e consegui abrir para chegar em primeiro”.

“O Felipe é mais do que um adversário, é um companheiro. Conversamos bastante durante a prova, um alertando ao outro sobre os trechos perigosos”, lembra Rodrigo sobre o clima de companheirismo entre os triatletas do XTerra. “Entreguei a bike em primeiro e corri muito forte na mata, mas no estradão ele ultrapassou e não consegui acompanhar”, completa o triatleta que marcou 2h28min30.

Mulheres - No feminin,o a disputa já se mostrava acirrada antes mesmo do início, já que o start list estava repleto de nomes fortes, como a americana Shonny Vanlandingham, a santista Luzia Bello, a paulista Sabrina Gobbo e a carioca Manuella Vilaseca, campeã do XTerra Ilhabela nos 80 quilômetros de corrida.

Durante a prova as previsões se confirmaram. Luzia fez um início de prova excelente e abriu boa vantagem em relação à americana, que parecia não estar muito confortável na bike. A santista passou na frente para a corrida no meio da Floresta Amazônica, mantendo vantagem de aproximadamente um minuto para Sabrina e dois para Shonny, que recuperava terreno em algumas partes da disputa.

Mesmo usando todas as suas energias, Luzia foi ultrapassada no quilômetro quatro e chegou em segundo com 3h08min45. “Foi uma experiência incrível para poder entregar a bike em primeiro e chegar tão perto de uma americana numa prova como essa. Representei bem o Brasil na Amazônia e o trabalho que fiz foi recompensado”, conta.

Para Shonny, que venceu com 3h07min03, o desconforto na bike se explica. “Eu estava com uma bicicleta emprestada, então não tinha 100% de segurança no equipamento e precisei ser cautelosa”. Ainda segundo a americana ela deixou para decidir na corrida, mesmo com as dificuldades climáticas. “Já havia competido na chuva, mas nunca com essa intensidade. Mas não foi tão complicado, pois mesmo dentro da selva era possível enxergar bem”.

A terceira posição ficou com Sabrina Gobbo (3h16min03), que assim como Luzia não resistiu à pressão da americana nos quilômetros finais da corrida, mas vibrou muito ao cruzar a linha de chegada. “Essa prova é incrível! Saí atrás das meninas, mas na hora do single track encostei na Manuela (Vilaseca) e caí por duas vezes. Já na corrida consegui me manter à frente para chegar antes dela”.

Apesar das adversidades, Bernardo Fonseca, organizador da prova, acredita que os atletas cumpriram a missão que lhes foi dada. “A chuva forte atrapalhou algumas pessoas com certeza, mas os atletas se divertiram bastante, isso é que importa”.


Fonte: http://www.webrun.com.br/triathlon/n/sob-chuva-torrencial-moletta-e-americana-vencem-xterra-amazonia/13711









 

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