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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Corrida de aventura conquista pai, mãe e filho

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Correr entre trilhas, barro, areia, calor, lama, frio, montanha, rio, pedra, neve e vulcão, além de encarar subidas e descidas fortes são alguns dos desafios da El Cruce Columbia, prova que acontece todos os anos na Cordilheira dos Andes, entre o Chile e a Argentina. Para vencer os obstáculos, é preciso preparação, dedicação e persistência, afinal, a prova consiste em percorrer 100 km em três dias.

Desde fevereiro, uma família curitibana vem se preparando para participar da prova, que acontecerá em fevereiro de 2014. “Começamos do zero. Já praticávamos atividades físicas e seguíamos uma alimentação saudável, mas nunca tínhamos participado de uma corrida de rua. É algo novo, desafiador”, afirma a arquiteta urbanista Heloise Almeida Marlangeon. Ela destaca que, mais do que participar da prova, a família espera superar os próprios limites e vencer grandes desafios. “Por esse motivo o sucesso se resume em uma palavra: disciplina.”

Quando começou a treinar, Heloise incentivou o marido a acompanhá-la. “Sempre pratiquei atividade física, mas hoje me sinto mais disposto, com mais saúde”, destaca Pablo Marlangeon, que é empresário. O filho Bernardo, de 17 anos, já praticava atividades físicas como musculação e tênis, quando começou a treinar em maio. “Não encaramos a corrida como uma competição, mas sim como um desafio e realização pessoal”, diz o jovem, que estuda Marketing e precisa adequar seus horários aos treinos e trabalho, para conseguir encarar as provas de montanha que vem realizando.

Desde então, a família treina e se prepara para a prova. “A paixão pelo esporte nos aproximou ainda mais. É raro ver um filho adolescente correndo junto com os pais”, ressalta Heloise. “Além de ganharmos qualidade de vida, vimos os laços familiares se fortalecerem”, observa Pablo.

Preparação – A El Cruce Columbia é considerada “trail running”, esporte que consiste em correr e caminhar sobre trilhas. Difere da corrida de rua e pista por conta das subidas e descidas e do terreno, que na maioria das vezes é montanhoso. Além das provas serem mais longas, há fatores climáticos envolvidos, como a variação de clima e vegetação. A prova é referência internacional em “trail running”. Todos os anos, mais de 1.000 pessoas de diversas partes do mundo participam da competição. 

A “trail running” também exige equipamentos específicos, como tênis apropriado para terra e água, com maior tração, bastões em provas com maior altitude, luvas, além de mochilas de hidratação com água ou isotônicos, gel de carboidrato e barra de proteína. É necessário a autonomia caso tenha dificuldades no percurso, incluindo kit de primeiros socorros e manta térmica de sobrevivência, pois,  diferente das provas de rua, neste tipo de competição raramente há distribuição de água e atendimento médico imediato, devido à dificuldade de acesso. “Já estivemos a 2.800m de altitude, com -15ºC. Nossa água da mochila congelou 100% e ficamos sem hidratação o restante da prova”, relata Heloise.

Por conta dos desafios, a El Cruce é uma prova que exige equilíbrio físico e mental do atleta. “As adversidades na temperatura e no terreno exigem mais esforço e levam a uma exaustão mental. Isso exige uma recuperação física muito mais intensa para poder concluir a prova sem lesões que comprometam o desempenho”, afirma Heloise.

Como rotina de preparação para a competição, a família conta com uma assessoria de corrida para treinar três vezes por semana, além de fazer musculação e participar de provas de rua e de montanha, para adquirir resistência e se acostumar a corridas de longa distância. Entre as provas disputadas pela família este ano se destacam a Mountain DO (21 km), no Costão do Santinho (SC); a K42 (42 km), em Bombinhas (SC); a La Mision (40 km), em Cerro Champaqui (Argentina); e a La Mision – Short Mision (40 km), em Serra Fina (MG).

“Na montanha é extremamente importante conhecer a si mesmo, saber escutar seu próprio conselho de que o que importa não é o cume, mas sim o processo que te fez chegar até lá. Certamente isso nos fortalece”, conclui Heloise.

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