Muitos esportistas optam por abastecer seus cantis em meio a lagos, lagoas ou riachos que encontram no meio de montanhas. Esse ato pode trazer problemas de saúde e contaminação por verminoses
Um dos principais objetivos de atletas que praticam esportes ao ar livre é fugir do agito da cidade grande e encontrar paz e tranquilidade na natureza. Ao chegar no topo das montanhas, encontrar água potável torna-se um problema e, muitas vezes, nem mesmo os filtros mais potentes podem te deixar livre de ser contaminado.
Em provas de cross triathlon ou corridas de aventura em que as
competições ocorrem próximo da civilização também existe o risco de se
abastecer em fontes de hídricas naturais. “Essa proximidade pode
facilitar a contaminação pelo vírus de hepatite A, que é altamente
contaminável, e protozoários, como os transmissores de cólera”, conta
Adriano Leonardi, médico especialista em provas de montanha.
Beber água de lagos, riachos ou rios pode trazer problemas de saúde e contamição por verminoses. Foto: Yokim01/ Stock.xchng
Além disso, o mínimo contato com a água já pode trazer problemas de
saúde. “Se a prova for realizada em região endêmica para
esquistossomose, o simples contato com a água poderá levar à infestação
da doença por penetração na pele”, informa o presidente da Federação
Brasileira de Gastroenterologia, José Roberto de Almeida.
De acordo com José, nesse tipo de provas as principais verminoses
contraídas são a giardíase, amebíase e esquistossomose. “Na giardíase, o
indivíduo sente náusea, vômito, queimação na área da garganta e
esôfago, seguida por diarreia, porém em 80% dos casos não há
manifestação da doença. Na amebíase, após o período de incubação, que
pode durar de duas a quatro semanas, pode ocorrer inflamação grave no
tecido do intestino e diarreia com sangue”, explica.
Já a esquistossomose é transmitida por platelmintos que utilizam
caramujos como hospedeiro, antes de chegarem ao homem. “Três a sete
semanas após a exposição pode surgir um quadro de febre elevada,
associado a outros sintomas como anorexia (falta de apetite), tosse seca
e vômitos”, relata o gastroenterologista.
Tratamento da água. Muitos esportistas utilizam squeezes com
filtros portáteis ou produtos químicos para serem colocados na água e
garantirem que ela fique potável. Porém, apesar dos mais avançados
filtros terem chegado ao mercado, eles não são garantia de uma água
limpa.
Garrafas com filtro nem sempre garantem água potável. Foto: Divulgação/ Yanko Design
“Existem três formas de tratar a água: por meio de halogenação, quando é
utilizado algum produto químico, fervura ou filtragem. No primeiro
processo, mais utilizado, não há completo extermínio de vírus e alguns
tipos de germes,”, comenta Adriano. Além disso, o especialista também
ressalta que dessa forma não há proteção contra a Hepatite A.
Já a fervura não é prática para ser realizada em competições. “Alguns
filtros têm acoplado o processo de halogenação e são mais eficazes,
porém não impedem a transmissão de germes depois de certo tempo de uso.
Portanto, deve-se estar sempre atento para a validade do produto”,
exclama Adriano.
Clorin. Dentre todos os produtos utilizados por corredores, o
mais utilizado é o clorin, mas também não é garantia de uma água
potável. “O clorin é eficiente na eliminação de microalgas e bactérias
de águas contaminadas, tornando-as potável. Não conhecemos, no entanto,
sua ação sobre protozoários como a Ameba e a Giardia. Menos ainda se há
algum efeito sobre as cercarias (larvas) do Schistosoma mansoni,
causador da esquistossomose”, conclui.
Fonte: http://www.webventure.com.br/h/noticias/saiba-o-que-pode-acontecer-ao-abastecer-o-cantil-em-meio-a-natureza/32756
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