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quinta-feira, 29 de maio de 2014

A mais famosa do mundo

O bom da corrida é que podemos ter nossas escolhas: é possível se divertir com os amigos correndo pelo parque ou levar o corpo a exaustão numa prova de longa distância. Em qualquer situação, o que vale é a motivação para seguir adiante, a razão é de cada um. Na corrida, já experimentei de tudo: participei de provas curtas, longas, muito longas e mais longas ainda. Já corri em montanhas, no asfalto, pelo mato, sobre pedras, na praia, por terra, em geleiras, cruzei vulcões, subi montanhas, atravessei desertos e aventurei-me em alguns continentes pelo mundo. Boas diversões e algum sofrimento extremo fazem parte destas aventuras pelo mundo afora. Agora, mais uma vez, vou repetir uma destas experiências que testa os limites e tira o fôlego de qualquer um. A aventura será no próximo domingo (1º), na Ultramaratona Comrades, também conhecida como The Ultimate Human Race, até o nome assusta, na cidade de Durban na África do Sul. 

Considerada a mais famosa prova da modalidade do planeta, o calor acima de 30 graus é o maior adversário do corredor, além, é claro, dos 90 km do difícil percurso. Participei desta prova no ano passado e alguns motivos me levaram a retornar. Primeiro pelo reconhecimento de fazer o up run e down run, ou seja, a cada ano há uma inversão do temido percurso, um ano é subida, no outro é descida. Quem completa dois anos seguidos tem o privilégio de uma medalha extra especial conhecida por “back-to-back”. E assim poder gravar o nome na história da prova. Outra característica desafiadora é que os 90 km devem ser completados em até 12 horas, caso contrário, o atleta é retirado da prova. 

O terrível percurso é descrito por cinco grandes colinas, as Big Five Hills. O grande temor para quem pretende terminar a prova está nos seis pontos de cortes durante o trajeto. Caso o corredor não alcance esses pontos antes do horário determinado, o percurso é fechado e o corredor deve se retirar da prova. O último corte é no final, no limite de 12h, o corredor é impedido de cruzar a linha de chegada e não recebe a medalha de participação. A fidelidade e o amor pela Comrades vêm do carinho dos habitantes do país. Pelo percurso, uma multidão apoia os corredores, até em acampamentos. É como se fosse a Copa do Mundo transmitida ao vivo pela televisão durante o dia todo. 

Há comidas de todos os tipos e até churrasco, não sei de que animal, é oferecido pela torcida. Isso fora a confraternização entre gente de todas as cores e raças. É impossível não emocionar com este ritual que acontece desde 1921. Espero, no domingo, com a medalha no peito, celebrar o inesquecível Nelson Mandela!

Fonte: http://www.correiodeuberlandia.com.br/treinosemetas/2014/05/29/a-mais-famosa-do-mundo/

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