Pesquisar este blog

terça-feira, 19 de abril de 2016

Atleta de Teresópolis faz bonito em ultramaratona na Patagônia

– Estreante sofre com o frio e o terreno da montanha de prova que reuniu mais de quatrocentos corredores de trinta e um países

 

“Foi bastante difícil a prova como um todo, mas eu me sinto a vontade nas montanhas porque eu treino o ano inteiro aqui em Teresópolis”, diz Ivo Júnior
“Foi bastante difícil a prova como um todo, mas eu me sinto a vontade nas montanhas porque eu treino o ano inteiro aqui em Teresópolis”, diz Ivo Júnior

 Teresópolis é uma cidade com vocação para os esportes. Sobretudo as corridas e o ciclismo, justamente pela sua altitude e clima favorável, com diversos atletas que treinam  para competições importantes em nossa cidade. Maratonistas, como o alagoano Damião Ancelmo de Souza, que vai brigar por uma vaga na equipe brasileira das Olimpíadas agora em maio ou  ultramaratonistas como o bi-campeão da 48 horas do Atlântico (prova internacional disputada no Guarujá)Delino Tomé. Agora um professor de Educação Física de 41 anos, nascido e criado em Teresópolis, Ivo Júnior, começa a escrever a sua história nas competições internacionais, justamente na Patagônia Run, uma prova de alto nível que contou no último final de semana (10) com mais de oitocentos atletas inscritos nas modalidades da corrida de trinta e um países, em uma verdadeira “festa” do esporte de aventura nas frias montanhas no outono argentino.

Ivo busca competir e fazer amizades, divulgando o nome de Teresópolis como cidade do eco turismo
Ivo busca competir e fazer amizades, divulgando o nome de Teresópolis como cidade do eco turismo

O frio, na verdade, já está na história de quem passou toda a adolescência “pendurado” nas  montanhas famosas da Serra dos Órgãos. Ivo de Oliveira Brito Júnior, ou Ivo Júnior como é conhecido, foi integrante dos primeiros grupos de montanhistas do município como Lazer e o CET – Centro Excursionista Teresopolitano  e aproveitou toda a sua experiência nas montanhas para “atacar” a Patagônia e logo na largada da ultramaratona se juntou à elite na subida da serra. Como estreante, “assombrou” os experientes argentinos e chilenos que puxavam a fila. “Foi bastante difícil a prova como um todo, mas eu me sinto a vontade nas montanhas porque eu treino o ano inteiro aqui em Teresópolis, vivo na Serra dos Órgãos, o que me capacitou a correr bem na casa dos argentinos”, sorri o atleta que tem o patrocínio da marca alemã de mochilas Deuter, uma das melhores do mundo. Ivo Júnior nunca havia corrido fora do Brasil e classificou como inesquecível a aventura da Patagônia onde fez amigos e experimentou a competição em alto nível, com equipes do mais alto gabarito da América do Sul, com estrutura e base. “Só de completar a prova para mim foi uma vitória, mas a classificação de 51º no geral foi animador e muitos membros da organização me parabenizaram por eu ser um estreante e não ser da região. Eles falaram que eu fui muito bem. Mas eu quero mais”, afirma o atleta.

A ultramaratona Patagonia Run é considerada das provas mais difíceis da América do Sul
A ultramaratona Patagonia Run é considerada das provas mais difíceis da América do Sul

O frio cruel da Patagônia

A Patagonia Run é uma corrida de caminhos e trilhas de montanha, “non-stop”, de participação individual, que conta com seis distâncias para todos os tipos de atletas: Desde os debutantes do “trail run” e corredores de distâncias curtas, até os ultra maratonistas experimentados em distâncias longas e desníveis. O teresopolitano encarou os 100 quilômetros de “perrengue” no frio. “Foi muito difícil, né? Na Patagônia venta bastante, faz frio… Teve trecho que a gente pegou zero grau e assim, bastante subida e até eu que estou acostumado com as subidas da Serra dos Órgãos, senti um pouco porque as subidas lá são bem fortes e misturando todos estes ingredientes eu posso dizer que foi uma prova muito interessante, forte e dura”, completa o professor de Educação Física que treina pelas ruas de Teresópolis. Sua colocação final, 51º, foi considerada pelo próprio, como muito boa para um estreante. “Dos duzentos e cinquenta que chegaram, eu cheguei no quinquagésimo primeiro lugar, uma colocação bastante interessante, já que eu não conhecia o circuito e não conhecia a fundo mesmo as técnicas  de ultramaratona em trilhas de montanha, então a gente tomou como uma grande experiência e tenho certeza que vou chegar muito melhor no ano que vem”, afirma o corredor, que é dono de um refúgio aqui mesmo em Teresópolis. Um lugar onde recebe esportistas de alto nível do Brasil e do mundo para passeios e corridas de aventura. O Refúgio Serra dos Órgãos, no Vale Paraíso. “Eu sempre faço amigos nas montanhas e nas corridas e divulgo Teresópolis como a capital do montanhismo e as pessoas se animam a conhecer a nossa cidade. Hoje eu tenho um local onde estes aventureiros podem se hospedar, receber uma atenção, guia e tudo que precisar com relação o nosso eco turismo aqui em Teresópolis”, completa Ivo.

O ultramaratonista Ivo Júnior e a sua medalha da Patagonia Run, disputada na Argentina
O ultramaratonista Ivo Júnior e a sua medalha da Patagonia Run, disputada na Argentina

Patagônia no currículo

No mundo existem provas de alto gabarito que não existe a possibilidade de se inscrever diretamente para a corrida. Na categoria 130km da Patagonia Run, apenas com o currículo de outras provas da mesma monta te possibilita a correr. Mas mesmo correndo “apenas” cem quilômetros, Ivo Júnior já se capacitou a diversas provas por todo o mundo. “A Patagonia Run é um ultra trail muito importante porque ela credencia, se você completa-la em menos de vinte horas, a corridas nos Estados Unidos, na Europa, em diversos países por todo o mundo e a resposta a isso são trinta e um países competindo aqui na América do Sul para uma temporada de corridas deste nível. Vem todo mundo aqui buscar a sua credencial para outras provas e eu encontrei com muitos brasileiros também. E de todos os níveis. Tinha os profissionais lá, as celebridades, mas também a galera que vai só pra competir, para completar e para curtir o visual que é maravilhoso. Apesar de estar muito frio, o visual é coisa ímpar. Muito bonita mesmo”, completa o ultramaratonista que espera chegar mais maduro na prova do ano que vem e buscar resultados melhores ainda para Teresópolis.

Fonte: http://netdiario.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário