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terça-feira, 3 de abril de 2012

Aventura: arrume a marmita

Andrea Catani: "Evite fazer as refeições em estabelecimentos desconhecidos"

Aprenda a se alimentar para provas de corrida de aventura

Por Sara Puerta

O caso da gerente nacional da distribuidora da Polar no Brasil, Andrea Catani, com a corrida de aventura é do tipo amor à primeira vista.  Aconteceu em 1999, quando ela viu um filme sobre uma das mais importantes provas do gênero, a EMA (Expedição Mata Atlântica). “Na hora, pensei: Eu vou fazer isso!”, relembra.

Na época, Andrea jogava vôlei no time de Osasco e pedalava para ir ao trabalho. “Larguei o esporte e comecei a remar e me dedicar totalmente às corridas de aventura. Foram quase dez anos participando de todo tipo de prova”, conta.  Sua última prova longa foi o Ecomotion, em 2008. Atualmente, ela faz provas mais curtas, dando preferência a treinos funcionais e mountain bike com a equipe atual, a Curtlo Lobo-Guará.

Em suas experiências, muitas vezes Andrea percebeu que o fator determinante em desafios como esses era manter a motivação. Mas não só: é preciso, diz ela, pensar no combustível. Antes de encher a mochila com chocolates, bebidas esportivas e outras guloseimas, é bom que se tenha uma estratégia. "Independentemente do tamanho da prova, a alimentação que antecede a largada deve ser rica em carboidratos.” Para evitar o desconforto dos gases, evite queijos gordurosos, carnes e sucos, que podem “fermentar” no estômago.

Também deve-se levar em conta o nível de condicionamento do atleta, já que isso vai definir o tempo  de duração da prova. “Um atleta de ponta ou de nível intermediário faz uma prova de 50 km em cerca de quatro horas – assim, é necessário apenas o carboidrato em gel”, enfatiza a atleta. Equipes profissionais costumam manter um ritmo bem forte, com alta frequência cardíaca; portanto, fica quase impossível mastigar e digerir um sanduíche, por exemplo. Ela acrescenta: vale levar gengibre salgado ou azeitona, pois eles contribuem para a reposição de sódio, favorecendo o equilíbrio eletrolítico, fundamental para a contração muscular. “Dica quem gosta e não tem dificuldade de absorção: carregue um isotônico também.”

Já os iniciantes devem pensar que as provas, mesmo as mais curtas, podem durar até oito horas e só o gel “não segura”. Coma algo a cara hora. “Vale levar comidas leves, como sanduíches com goiabada e requeijão, fontes de carboidrato de rápida absorção e de proteínas”, aconselha.

 O ideal é não deixar a fome chegar, pois isso influencia no rendimento. Vale fazer “a boquinha” no trekking, para não precisar parar. Dá para montar um plano para se alimentar durante o desafio e que costuma funcionar: carboidrato diluído na água durante o remo, gel no trecho de bike e sanduíches, barras de cereais ou proteína e bolachas no trekking.

Para as provas longas, trace um plano – mas seja flexível, já que existem muitos imprevistos. “Houve vezes que prevíamos 20 horas de prova e demorávamos 36.” Andrea relembra que dessa vez, o grupo ficou sem comida por muito tempo e só restava damasco desidratado.

Como o desgaste é muito grande, em provas de longa duração o ideal é priorizar carboidratos. “Nos apoios, aproveite para ingerir alimentos suculentos e quentes, como macarrão com molho, arroz com batata e fontes de proteína como atum, carne moída e frango. Esse é o único local para se fazer uma refeição de verdade.”
Vale seguir alguns cuidados: mesmo que esteja esfomeado, evite fazer refeições em estabelecimentos desconhecidos, em casas de locais ou ingerir comidas que você não está acostumado. É bom também carregar um minipurificador para beber água do rio livre de impurezas, se necessário. “Em outros países, essa situação se agrava, pois existem bactérias e parasitas aos quais os moradores locais já se adaptaram, porém, no seu corpo, podem causar  intoxicação.”

Fica um conselho: trace seus planos alimentares segundo suas preferências e alimentos que seu corpo sente vontade: “Na minha mochila não faltam gel de chocolate, sanduíche de salame e esfiha de carne, pois eu tenho necessidade de carne vermelha”, conta Andrea.

Lygia Haydée

Fonte: http://sportlife.terra.com.br/index.asp?codc=1892

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