Aventura teve desistência de integrante da equipe, desidratação e muitas bolhas
Uma palavra define como foram os dias
que antecederam o Mundial de Corrida de Aventura no Pantanal: correria.
A equipe formada por Andrea Matarazzo, Marcelo Museal, José Luiz Gomes e
Alexandre Gusson se preparou em São Paulo organizando equipamentos e
alimentação para os sete dias de prova.
“Chegamos em Corumbá e não paramos um minuto entre briefing, arrumar as
caixas que encontraríamos nos ATs (áreas de transição), checagem dos
equipamentos, teste da mochila, pack raft e alguns contratempos, que
sempre acontecem”, conta Andrea. Nesse caso, o contratempo foi o bote
ter estourado um dia antes da largada.
Foram sete dias de provas no Pantanal, era a etapa final do ARWC. Foto: arquivo pessoal
“Fomos salvos pela equipe Rosa dos Ventos que havia levado dois barcos
extras e nos deram um, aprendemos que devido ao calor não poderíamos
andar com os barcos tão cheios”, lembra.
Foram sete dias de provas no Pantanal, era a etapa final do ARWC. Em uma
etapa difícil, lenta, com temperaturas e umidade extremamente altas, a
desidratação foi uma questão presente ao longo de toda a prova. A equipe
Azimute perdeu um de seus integrantes que passou mal no início da
prova. “Nós seguimos, pois fomos até lá para fazer sete dias de prova,
independente da colocação”, afirma a atleta.
A
equipe fez bem a primeira perna de pack raft e erraram em não sair
totalmente abastecidos de água para o trekking. Foto: arquivo pessoal
A equipe fez bem a primeira perna de pack raft e erraram em não sair
totalmente abastecidos de água para o trekking. Foi quando o grupo
começou a poupar água e a conversar se seria o caso de descer até o rio
para reabastecer. “Foi a primeira vez em uma prova que me preocupei com
questões de saúde. Que vamos bater cabeça, nos perder, errar o percurso,
ficar extremamente cansados e com os pés cheios de bolha, isso já
sabemos, mas quando envolve ‘riscos’ quanto a saúde, a experiência é
diferente, não foi nada legal.” Após um tempo, o time resolveu descer
para reidratar e então atacar a montanha novamente. “Foi quando nos
encontramos com a equipe da Colômbia @summit_adventure_team que também
havia ficado sem água e decidimos ir para o PC7 juntos.”
Ao chegar no PC 8, eles tinham 40 minutos para o horário de corte e
sabiam que haviam muitas equipes perdidas na próxima perna, na Serra do
Amolar. A equipe Azimute decidiu então seguir com corte para o PC do
trekking. “Tivemos que esperar cerca de seis horas pois só podíamos
seguir após a quinta equipe chegar. Foi quando passamos a noite
caminhando com eles até chegar em uma fazenda, onde deitamos por uma
hora e meia.”
O calor era surreal. Foto: arquivo pessoal
Quando saíram da fazenda encontraram a equipe God Zone e seguiram com
ela quase até o PC 17. “Quase não consegui acompanhar o ritmo e uma hora
tive que recuperar. O calor era surreal. Meus companheiros de equipe
até fizeram um funk, imitando a maneira como andava arrastada e
totalmente apoiada no trekking pull”, lembra Andrea.
Ao chegar no PC 17 o grupo parou para descansar pensando em sair para a
segunda perna de pack raft ao amanhecer. Foi quando a equipe God Zone
retornou falando que navegar na área seria impossível. A organização da
prova então resolveu fechar esta perna da prova e retirar todos os
atletas de avião para o próximo PC. “Pelo fato de já estarmos
desclassificados, por ter apenas três atletas, tivemos que esperar por
52 horas nosso voo, para continuarmos com a bike, última parte da
prova.”
Andar no Pantanal foi emocionante. Foto: arquivo pessoal
A semana terminou com bolhas no pé e um dedinho da mão luxado. Andrea
Matarazzo descreveu o Pantanal como “o inferno na Terra”. “Temperaturas
de 38 a 40 nos acompanharam praticamente os sete dias de prova. Antes da
largada, só de ficar parado do ar condicionado já suávamos.” Mas
completou: “andar entre os Jacarés, emas, tucanos, araras, tuiuiu,
cateto, ariranhas e sucuri (essa não foi legal), foi emocionante.
Lugares totalmente ermos na divisa com a Bolívia onde, segundo a Shubi
(organizadora da prova), poucos homens pisaram antes.”
Segundo Nathan Faavae, navegador da equipe Nova Zelândia, vencedora da
competição, a etapa no Pantanal foi uma das provas mais duras que já fez
na vida. Para Andrea, o Mundial se define como “uma experiência de vida
com muitos aprendizados, vitórias e algumas derrotas”.
Fonte: http://www.webventure.com.br
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