Pesquisar este blog

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Colunista do Webventure conta detalhes de como foi participar dos sete dias de Mundial de Corrida de Aventura

Aventura teve desistência de integrante da equipe, desidratação e muitas bolhas

 

Uma palavra define como foram os dias que antecederam o Mundial de Corrida de Aventura no Pantanal: correria. A equipe formada por Andrea Matarazzo, Marcelo Museal, José Luiz Gomes e Alexandre Gusson se preparou em São Paulo organizando equipamentos e alimentação para os sete dias de prova. 

“Chegamos em Corumbá e não paramos um minuto entre briefing, arrumar as caixas que encontraríamos nos ATs (áreas de transição), checagem dos equipamentos, teste da mochila, pack raft e alguns contratempos, que sempre acontecem”, conta Andrea. Nesse caso, o contratempo foi o bote ter estourado um dia antes da largada. 

Foram sete dias de provas no Pantanal, era a etapa final do ARWC. Foto: arquivo pessoal  
Foram sete dias de provas no Pantanal, era a etapa final do ARWC. Foto: arquivo pessoal
 
“Fomos salvos pela equipe Rosa dos Ventos que havia levado dois barcos extras e nos deram um, aprendemos que devido ao calor não poderíamos andar com os barcos tão cheios”, lembra. 

Foram sete dias de provas no Pantanal, era a etapa final do ARWC. Em uma etapa difícil, lenta, com temperaturas e umidade extremamente altas, a desidratação foi uma questão presente ao longo de toda a prova. A equipe Azimute perdeu um de seus integrantes que passou mal no início da prova. “Nós seguimos, pois fomos até lá para fazer sete dias de prova, independente da colocação”, afirma a atleta. 

A equipe fez bem a primeira perna de pack raft e erraram em não sair totalmente abastecidos de água para o trekking. Foto: arquivo pessoal  
A equipe fez bem a primeira perna de pack raft e erraram em não sair totalmente abastecidos de água para o trekking. Foto: arquivo pessoal
 
A equipe fez bem a primeira perna de pack raft e erraram em não sair totalmente abastecidos de água para o trekking. Foi quando o grupo começou a poupar água e a conversar se seria o caso de descer até o rio para reabastecer. “Foi a primeira vez em uma prova que me preocupei com questões de saúde. Que vamos bater cabeça, nos perder, errar o percurso, ficar extremamente cansados e com os pés cheios de bolha, isso já sabemos, mas quando envolve ‘riscos’ quanto a saúde, a experiência é diferente, não foi nada legal.” Após um tempo, o time resolveu descer para reidratar e então atacar a montanha novamente. “Foi quando nos encontramos com a equipe da Colômbia @summit_adventure_team que também havia ficado sem água e decidimos ir para o PC7 juntos.” 

Ao chegar no PC 8, eles tinham 40 minutos para o horário de corte e sabiam que haviam muitas equipes perdidas na próxima perna, na Serra do Amolar. A equipe Azimute decidiu então seguir com corte para o PC do trekking. “Tivemos que esperar cerca de seis horas pois só podíamos seguir após a quinta equipe chegar. Foi quando passamos a noite caminhando com eles até chegar em uma fazenda, onde deitamos por uma hora e meia.” 

O calor era surreal. Foto: arquivo pessoal 
O calor era surreal. Foto: arquivo pessoal
 
Quando saíram da fazenda encontraram a equipe God Zone e seguiram com ela quase até o PC 17. “Quase não consegui acompanhar o ritmo e uma hora tive que recuperar. O calor era surreal. Meus companheiros de equipe até fizeram um funk, imitando a maneira como andava arrastada e totalmente apoiada no trekking pull”, lembra Andrea. 

Ao chegar no PC 17 o grupo parou para descansar pensando em sair para a segunda perna de pack raft ao amanhecer. Foi quando a equipe God Zone retornou falando que navegar na área seria impossível. A organização da prova então resolveu fechar esta perna da prova e retirar todos os atletas de avião para o próximo PC. “Pelo fato de já estarmos desclassificados, por ter apenas três atletas, tivemos que esperar por 52 horas nosso voo, para continuarmos com a bike, última parte da prova.” 

Andar no Pantanal foi emocionante. Foto: arquivo pessoal 
Andar no Pantanal foi emocionante. Foto: arquivo pessoal
 
A semana terminou com bolhas no pé e um dedinho da mão luxado. Andrea Matarazzo descreveu o Pantanal como “o inferno na Terra”. “Temperaturas de 38 a 40 nos acompanharam praticamente os sete dias de prova. Antes da largada, só de ficar parado do ar condicionado já suávamos.” Mas completou: “andar entre os Jacarés, emas, tucanos, araras, tuiuiu, cateto, ariranhas e sucuri (essa não foi legal), foi emocionante. Lugares totalmente ermos na divisa com a Bolívia onde, segundo a Shubi (organizadora da prova), poucos homens pisaram antes.” 

Segundo Nathan Faavae, navegador da equipe Nova Zelândia, vencedora da competição, a etapa no Pantanal foi uma das provas mais duras que já fez na vida. Para Andrea, o Mundial se define como “uma experiência de vida com muitos aprendizados, vitórias e algumas derrotas”.


Fonte: http://www.webventure.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário