Andrea Matarazzo fala sobre alimentos práticos e que garantem a energia necessária durante a prova
A nutricionista Andrea Matarazzo
participou no ano passado do Mundial de Corrida de Aventura no Pantanal.
Foram sete dias de prova que testaram os limites físicos e emocionais
dos participantes.
Além de organizar todos os equipamentos necessários para a competição,
preparar a alimentação para a semana de prova foi um dos maiores
desafios da equipe formada por Andrea, Marcelo Museal, José Luiz Gomes e
Alexandre Gusson.
Além
de organizar todos os equipamentos, preparar a alimentação para a
semana de prova foi um dos maiores desafios da equipe. Foto: arquivo
pessoal
“Nós precisávamos de alimentos que durassem sete dias naquele calor e
umidade do Pantanal, que fossem ‘leves’ para que não pesassem na mochila
e que fossem adequados para suprir e repor nossa necessidade diária de
energia ao longo de toda a semana de prova”, conta Andrea.
Sabendo o que levar, é importante organizar os momentos de alimentação.
“Pelo pouco que sabíamos da prova imaginamos que durante as pernas de
remo seria um bom momento para ingerirmos as fontes de proteína, já que
sua absorção é mais lenta, e como não haveria corredeiras mas apenas
rios, nossa frequência cardíaca ficaria mais baixa não interferindo na
digestão”, explica.
Nas partes de treeking, a equipe teria duas serras para subir então se
organizaram para levar carboidratos de rápida absorção para as subidas
como bala de goma, paçoca, bolinhos naturais, frutas secas, biscoitos
salgados e azeitonas.
“Já na bike, sabíamos que seria areião, a perna de mais desenvolvimento e
velocidade da prova, então levamos a maltodextrina, que não só nos dá
energia como nos ajuda a manter o corpo hidratado, gel de carboidrato e
outros lanches práticos como castanhas e uva passa, jujubas e
azeitonas.”
Outro ponto importante é arrumar as caixas de apoio. Foto: arquivo pessoal
A ideia do time era parar uma vez ao dia para fazer uma refeição. O
cardápio dessas refeições incluía comidas liofilizadas e comidas
industrializadas cozidas no vapor como batata, mandioca, ervilha, milho,
carne seca e frango desfiado.
“Para dar um ‘toque final’ no nosso cardápio pantaneiro, resolvi testar
alguns alimentos feitos em casa colocando-os em uma mini máquina à vácuo
e os deixei dez dias ao ar livre, pegando sol e chuva”, conta Andrea. O
único alimento que resistiu foi o arroz. “Não tive dúvida, fiz duas
panelas de arroz e levei para a equipe toda para comermos nas refeições
com a carne ou o frango e deu super certo.”
Outro ponto importante é arrumar as caixas de apoio. “Organizamos
saquinhos com snacks para 12 horas de prova e sempre levamos de dois a
quatro saquinhos com a porção já pronta de maltodextrina”, explica. Além
disso, cada caixa também continha um saco de bisnaguinha com salame ou
provolone. Segundo Andrea, o provolone não durou os sete dias de prova
mesmo fechado. “Deixar líquidos nas caixas como Nescau pronto, sucos e
isotônicos é essencial principalmente em provas quentes e úmidas em que a
desidratação é uma constante”, afirma a nutricionista.
Mas além da comida, a equipe enfrentou outra grande preocupação durante a
prova: a hidratação. “No início só tinhamos água do rio Paraguai para
beber, uma água escura com gosto não muito agradável, além das gotas de
clorofila das plantas aquáticas que vinham junto, brincavámos que era o
‘suco verde’ do Pantanal.” Os atletas usavam hidrosteril para purificar a
água e pastilhas de hidroelétrolítico para melhorar o gosto e repor os
sais minerais.
“No trekking após a Serra do Amolar a água era sempre translúcida, mas
mesmo assim a sensação de sede era constante. Em alguns momentos
seguimos o conselho do meu treinador Caco Fonseca (Equipe Selva) de dar
um gole e deixar a água na boca durante algum tempo.”
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